A menopausa é um processo natural feminino que ocorre entre os 45 e 55 anos e marca o fim da vida reprodutiva. No entanto, embora alguns sintomas possam contribuir para o desconforto sexual, o período não é um marco para o fim das relações. Contudo, alguns cuidados, incluindo práticas simples na rotina, podem ser necessários para manter a libido e o prazer em dia — e com qualidade.
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Além do acompanhamento ginecológico durante a menopausa, para as devidas medidas individuais, a fisioterapia pélvica também é uma importante aliada ao período, visto que atua na prevenção e no tratamento das disfunções do assoalho pélvico — conjunto de músculos e ligamentos que sustentam os órgãos da região (bexiga, útero, intestino e os demais da parte baixa do abdômen).
Jullyana Rocha Russi, fisioterapeuta da Casa Humanna, em Jundiaí (SP), detalha que os músculos pélvicos também estão relacionados à continência urinária e fecal, sexualidade e até no momento do parto. Portanto, devido ao envolvimento em diversas funções do corpo feminino, a profissional indica a prática da fisioterapia pélvica para todas as mulheres em todas as fases da vida.
Os principais benefícios da modalidade são prevenção e recuperação da funcionalidade do assoalho pélvico. Conforme Jullyana, a prática pode evitar “incontinência urinária e fecal, prolapsos vaginais, dor pélvica e dor na relação sexual, constipação intestinal, preparação da região pélvica e diminuição de complicações no parto e pós-parto. Além de melhorar controle muscular, consciência corporal, a sexualidade feminina, a autoestima e a qualidade de vida”.
Os benefícios da fisioterapia pélvica na menopausa
As alterações hormonais típicas da menopausa podem desencadear uma série de sintomas além da ausência menstrual. Nesse quesito, segundo Jullyana, a fisioterapia pélvica tem capacidade de amenizar e prevenir alguns sinais do período, “como enfraquecimento da musculatura pélvica, atrofia do epitélio vaginal, uretral, vulvar”, fatores que têm como consequência “dor nas relações sexuais, redução de libido, flacidez vaginal, ressecamento da mucosa, falta de lubrificação, prolapsos vaginais, dificuldade urinárias, urgência miccional e perda de urina”.
Contudo, a fisioterapeuta orienta o acompanhamento precoce com um profissional da área. Ou seja, antes de entrar na fase não reprodutiva, a fim de prevenir o surgimento de disfunções pélvicas, tornando o período mais leve e tranquilo.
Exercícios para fazer em casa
A boa notícia é: alguns exercícios simples desta modalidade podem ser realizados em casa por todas as mulheres, sem se limitar à menopausa. “Exercícios proprioceptivos, que estimulam consciência corporal, a contração e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico podem ser realizados em qualquer lugar, sem que ninguém perceba que você está treinando”, informa a profissional, que lista a seguir duas opções:
1 – Treino de contração da musculatura do assoalho pélvico
Sentada em uma cadeira ou sofá, coloque a palma das mãos abaixo do glúteo e sinta uma ponta óssea (ísquios) de cada lado. Após localizar os ísquios, inspire pelo nariz profundamente por cinco segundos e solte o ar pela boca, também por cinco segundos, contraindo os músculos do assoalho pélvico gradativamente. Você deve sentir um aumento da pressão sobre as mãos e uma leve aproximação dos ísquios.
2 – Treino de contrações perineal rápido
Deite na cama com as pernas flexionadas e os pés apoiados e paralelos. Na sequência, coloque dois dedos (indicador e médio) de cada lado da sínfise púbica (osso localizado acima da uretra na direção da virilha). Realize cinco contrações rápidas, como se fosse uma pulsação, e descanse por 10 segundos. Repita a sequência e sinta a ativação muscular embaixo dos dedos.
Por fim, Jullyana esclarece que, para um tratamento físico adequado, é indispensável uma avaliação individual com um fisioterapeuta pélvico.